terça-feira, 31 de julho de 2012

O tempo das vacas gordas.


Daqui alguns dias se encerra de vez o período de contratações dos times brasileiros. Com a Janela de compra do exterior já fechada, resta apenas a opção de buscar reforços dentro do mercado interno. Mesmo que a dupla GreNal não traga mais nenhum reforço, este ano está sendo, sem dúvida alguma, muito especial no quesito contratações para estes dois clubes. Aliás, não só para a dupla, mas para todos os clubes brasileiros de maneira geral.
Do lado do tricolor, é só buscarmos na memória recente. O time do ano passado tinha Victor, Mário Fernandes, Rafael marques, Saimon, Julio César, F. Rochemback, Adílson, Douglas, Marquinhos, Júnior viçosa, André Lima. Ainda havia os reservas Edcarlos, Rodolfo, Diego Clementino, Gilberto Silva, William Magrão, Lúcio, Bruno Collaço, Lins e Miralles. Vamos combinar que o time atual conta com muito mais qualidade. Comparando somente o ataque gremista, ver Kléber e Moreno é um colírio para os olhos do torcedor perto do que se tinha ano passado. O Grêmio contratou mais jogadores do que um time inteiro conta dentro de campo. Recordemos:
Zagueiros: Douglas Grolli, Pablo, Naldo, Werley. Sem contar com Sorondo que nem chegou a jogar.
Laterais: Tony, Fábio Aurélio, Pará. Ainda nesta categoria recuperou Anderson Pico e Edílson, 2 jogadores que voltando de empréstimo somam ao grupo do grêmio.
Volantes: Souza e Léo Gago.
Meias: Elano, Zé Roberto, Marco Antônio, Rondinelly, Felipe Nunes, Wangler e Facundo Bertoglio.
Atacantes: Kléber e Marcelo Moreno.
No Internacional, em função do clube já trabalhar com a manutenção de uma boa base de time, não houve tantas contratações, o que não desmerece a importância e qualidade das que foram concretizadas. Os colorados estavam acostumados a ver em campo um ataque formado por Damião e Dellatorre. E no banco de reservas? Gilberto. Não havia um lateral reserva para Nei. Faltavam zagueiros. Tudo resolvido agora. Aí estão as contratações do colorado:
Zagueiros: Juan.
Laterais: Édson Ratinho.
Volantes: Ygor e a recuperação de Josimar.
Meias: Dátolo e Jajá.
Atacantes: Marcos Aurélio, Dagoberto e Diego Forlán.
Tudo isso, aliado a perda de poucos jogadores importantes e empréstimo/venda dos não utilizados, refletiu-se dentro de campo, proporcionando médias de aproveitamento muito maiores à dupla nas competições de que participam.
O Grêmio perdeu apenas Mário Fernandes, Douglas, Adílson, Rochemback e Victor. Livrou-se de Rafael Marques, Lins, Diego Clementino, Rodolfo, Lúcio e William Magrão.
Já o Inter perdeu Andrezinho, Oscar, Sandro Silva e Tinga. Livrou-se de Lauro, Wilson Mathias, Glaydson e Sorondo.
No balanço Geral, os dois ganharam muito em grupo e qualidade. Mais do que isso, com esse show de contratações mostraram que é possível repor com qualidade e fazer grandes investimentos. Não me recordo de um ano em que a dupla tenha se reforçado tão bem. Estamos mesmo atravessando um tempo de vacas gordas para o futebol brasileiro.

à A este time de reforços ainda podem juntar-se Rafael Moura (Inter), Paulo Henrique Ganso (Inter) e Marcos Paulo (Grêmio). Nos próximos dias saberemos.

Leandro Damião, um bom centroavante grosso.


Depois da declaração do presidente do Bayer de Munique, na qual Uli Hoeness afirma que “Mario Gómes é bom, mas não muito”, fiquei pensando: qual seria a avaliação de Leandro Damião?
Ao rever a carreira do centroavante do Internacional e da Seleção Brasileira, desde 2010, quando fez gol pelo Inter na final da Libertadores, até os dias de hoje, percebo que o goleador passou por uma fase incrível em sua carreira. Depois daquela oportunidade que teve com Celso Roth e marcou o tento, o atleta passou a ter mais confiança dentro do clube e recebeu mais oportunidades. O resultado foi que ele se tornou o goleador, melhor atacante e craque do Gauchão no ano seguinte e no campeonato brasileiro então, estourou como grande jogador a nível nacional e até além.
Damião é um jogador que, aos poucos, foi ganhando a simpatia de todos, afinal sabe fazer gols; e fez muitos. Em um primeiro momento, mesmo marcando de todas as maneiras – cabeça, pé direito, pé esquerdo, dentro da área, fora da área -, consideravam-no um bom jogador, mas grosso. Depois das atuações contra o Independiente, final da Recopa (fez 2 gols), o Palmeiras, Brasileirão ( fez 3 gol em Marcos), Flamengo (antológico gol de bicicleta) e Argentina, Superclássico das Américas (deu aquela linda lambreta e na sequência quase marcou um golaço), Damião passou a ser visto como um grande craque, camisa nove titular da seleção brasileira, o tão esperado substituto de Ronaldo Fenômeno. Foi mesmo o seu grande momento.
Após esse "boom", veio uma lesão, a primeira de sua carreira, e Damião não voltou o mesmo. Demorou até que retomasse o ritmo e depois que entrou em forma, revelou o que todos nós suspeitávamos no início: Leandro Damião é um bom centroavante, mas é grosso. Ele é um jogador forte, que passa o trator nos zagueiros, quando a bola chega em condições dá uma bica e é bola na rede. Sabe fazer gol... Mas contudo, ele não me parece ter mais a qualidade do arranque que mostrou em seu primeiro gol pelo colorado, ou então o vigor físico que mostrava ao correr atrás de qualquer bola.
Hoje, na Seleção Olímpica, foi preterido por Alexandre Pato, antigo colorado. Na minha visão, Damião tem muitas qualidades, mas alguns defeitos. Entre eles: não é muito bom no apoio a marcação; não tem muita qualidade de passe; não tem um bom drible – ele está muito pesado – e não tem uma boa virada de jogo. Sempre foi assim. Em uma época, logo que retornou de lesão, ele até tentou se destacar com dribles e jogadas bonitas, entretanto todos sabem que essa não é a dele; A dele é fazer gol. Ser grosso e objetivo é o seu grande trunfo.
Se aprimorar alguns fundamentos e aceitar o que diz o trecho da música “Eu reconheço que sou um grosso” de Gildo Freitas, sem ficar inventando e evoluindo no que tem de melhor, Damião pode ser ótimo.
“Me chamam de grosso, eu não tiro a razão;
Eu reconheço a minha grossura.”
Por enquanto, é apenas um bom centroavante grosso.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

O Futebol e a má distribuição de renda.


No Brasil, assim como em diversos países, o reconhecimento ao esporte se dá devido à sua importante função social. Essa se refere ao poder do esporte em retirar os jovens das ruas, afastá-los das drogas, melhorar o convívio de um indivíduo com o grupo que é a sociedade. Isso sem falar nos efeitos benéficos à saúde. Os bons exemplos vindos desta prática trazem lições de superação, força e determinação; mensagens de que com vontade e paciência, tudo é possível, até mesmo para quem tem alguma deficiência ou dificuldade financeira.
Dentre as diversas modalidades de esportes em nosso país, amais “famosa” é o FUTEBOL DE CAMPO MASCULINO. Dizem que a cada 10 brasileirinhos nascidos, 9 sonham em ser jogador de futebol. A possibilidade de se tornar um jogador profissional representa para esses meninos muito mais do que inserção social; significa uma gigantesca virada-de-mesa na vida. Neste esporte, são oferecidos salários astronômicos, cifras de muitos dígitos em euros, libras e dólares. Patrocínios milionários, sem contar nas melhores estruturas de jogo e treinamento conhecidas no esporte. Porém, utilizando estatísticas mais cruéis, apenas 1 em cada 100 000 garotos que sonham ser jogadores viram profissionais e desses, poucos são os que conseguem alcançar o sucesso.
Mas ai nem tudo está perdido. Ainda temos o ciclismo, a ginástica, a natação, o handebol, o futebol de salão, o basquete, a esgrima, o hipismo, o judô, o tênis, o jiu-jitsu, o boxe, o MMA, o tae kwon do, as corridas, o salto com vara, o salto em altura, arremesso de peso e muitos outros. Em todos esses seguimos tendo ótimos exemplos para a sociedade. Porém, quando estas modalidades me vêm à mente, fico pensando: em um país como o Brasil, qual a motivação de uma pessoa em seguir com afinco o sonho de ser um atleta dessas modalidades? Quais os incentivos?
Quando se entende o esporte como um bem para a sociedade de um país, precisa-se pensá-lo como uma relação de mútua troca: o esporte deve dar bons exemplos de garra, luta e superação enquanto que o país deve dar incentivos – econômicos, estruturais, midiáticos...
O esporte é como o relacionamento de um casal; para dar certo não basta amor e uma marquise. Tem que haver comprometimento, boas condições financeiras, estrutura e organização. O fato do nosso país não ter, ou ter poucos, protagonistas nestas modalidades não me surpreende, tudo vem de uma relação de caso e consequência.
No caso do ciclismo, já cheguei a ouvir a absurda declaração irônica quanto ao esporte: “Não temos protagonistas, pois quem pratica ciclismo no Brasil morre atropelado antes mesmo de poder chegar à uma Olimpíada, tamanha a falta de ciclovias ou inadequação das mesmas”.
Outro caso complicado é a situação dos atletas brasileiros que participam das Olimpíadas, mas não conseguem patrocínio, devido à falta de visibilidade de algumas modalidades esportivas no país. Pior que isso, quando se aposentam, os atletas ficam desempregados, como a ginasta Daiane dos Santos, e encontram muitas dificuldades financeiras.
No futebol de campo feminino, é triste ver notícias com declarações como estas:
"Eu gostaria de ver mais mulheres no futebol. Vocês [brasileiros] têm um dos melhores times do mundo, elas são bem-sucedidas, mas não são apoiadas em casa", afirmou a ex-jogadora, campeã do mundo pela Alemanha e hoje presidente do Comitê Organizador do Mundial da Alemanha.
"Queria mais respeito pelo nosso trabalho. Estou desempregada, pois os clubes não têm como pagar um salário", disse Formiga, 33, volante, recordista brasileira em participações em mundiais.
POR FALTA DE APOIO, TERMINOU O TIME FEMININO DO SANTOS, O MELHOR DO BRASIL, DE ONDE VEIO A BASE DA SELEÇÃO BRASILEIRA. AGORA SÓ FALTA O PRÓXIMO PASSO, EXTINGUIR ESTA MODALIDADE NO BRASIL.
O Brasil não valoriza o esporte; endeusa o futebol masculino e se esquece de todo o resto. Compará-lo com os outros esportes é como discutir a má distribuição de renda brasileira. Os salários dos jogadores de futebol seriam os dos deputados federais, enquanto que os esportistas das demais categorias teriam os rendimentos comparados aos de um professor estadual ou de um policial militar. Quanta desigualdade!

--- A crítica não vale apenas para o governo, mas também para a mídia. Em um canal de televisão, esportivo ou não, quantos minutos de audiência são destinados ao futebol? E quantos são destinados aos outros esportes?

--- Vale então fazer o exercício, quem ai sabe quem são os jogadores do time de futebol masculino do Brasil? E então, quem são os jogadores do time de handebol masculino ou feminino da seleção brasileira?

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domingo, 29 de julho de 2012

O negócio do futebol


O negócio do futebol. Sou ultrapassado, me sinto assim quando penso no caminho que o futebol tomou. Tantas cifras e investimentos que os times ganham em caixa, mas perdem identidade. Os times estão se vendendo, cheios de “dirigentes profissionais” que não se identificam com os clubes, não torcem pelos seus clubes.
Sinto saudades dos dirigentes às antigas, que amavam e defendiam suas cores. Saudades de dirigentes como Cacalo do Grêmio, que na década de 90 comandava a barca tricolor, representando o torcedor gremista em cada vitória, em cada título. Em um caso mais atual, Fernando Carvalho, dirigente do Internacional campeão mundial, é fanático pelo seu clube do coração. Digo mais, esse cidadão vive pelo Inter.
Os clubes estão órfãos. A torcida não está sendo representada. Precisamos de identidade, que os interesses financeiros não estejam em primeiro plano. Nenhum exército triunfa em uma batalha sem que os soldados confiem em seu comandante.

sábado, 28 de julho de 2012

Bertoglio com a 23 e Felipe Ximenes mais distante do Beira-Rio


- O argentino Facundo Bertoglio, que chegou ao grêmio no início do ano com a responsabilidade de vestir a camisa 7, eternizada pelo do ídolo gremista Renato Portaluppi, ao retornar à Ucrânia para resolver suas pendências contratuais, viu o tricolor apresentar ELANO COM A CAMISA NÚMERO 7. Agora retornando ao olímpico o atacante diz não se sentir chateado com a perda da numeração e passará a usar o número 23 às costas da camisa.
- Depois de anunciar Fernandão como novo técnico do Internacional, a diretoria colorada passou a procurar um substituto para o antigo cargo do ídolo, o de diretor-técnico. Felipe Ximenes, atualmente no Coritiba é o favorito para assumir o posto. As negociações estariam avançadas devido ao interesse de ambas as partes. Porém, o mesmo detalhe que impediu a contratação de Dunga emperra o negócio: o tempo de contrato. Devido às eleições do clube, a diretoria oferece contrato somente até o final do ano, possibilidade que é rechaçada por Felipe Ximenes, uma vez que teria que largar uma posição confortável no Coritiba para vir ao Campeão de tudo.

Curtinhas 2


Abaixo segue a provável lista de 25 jogadores relacionados pelo grêmio para a disputa da Copa Sul-Americana:
Goleiros: Marcelo Grohe, Busatto e Matheus
Laterais: Edilson, Pará, Anderson Pico, Tony e Gabriel
Zagueiros: Gilberto Silva, Werley, Vilson e Naldo
Volantes: Fernando, Souza e Léo Gago
Meias: Zé Roberto, Elano, Marquinhos, Marco Antônio e Rondinelly
Atacantes: Kleber, Marcelo Moreno, Bertoglio, Leandro e André Lima
O regulamento da Sul-Americana permite que três nomes sejam trocados até a fase semifinal.

Curtinhas 1


O meia atacante Jajá está sendo observado pelo Olympique de Marselha. O Clube francês recentemente enviou um olheiro para acompanhar a partida realizada no Beira-Rio entre Internacional e Atlético-Go, na qual o jogador marcou um dos gols da vitória colorada. No entanto, em nota oficial, Jajá reforçou o desejo de continuar no clube gaúcho. "É muito bom para todo jogador ter seu trabalho observado por um dos grandes clubes da Europa. Já joguei lá e sei da importância do Marseille para o futebol europeu. Apesar disso, é preciso ressaltar que estou satisfeito aqui no Inter. Agora, tenho esperança de poder jogar, mostrar o meu futebol e continuar tendo o carinho da torcida”.

Jogo é jogado, lambari é pescado.

Vejo pessoas falando em injustiça no resultado de uma partida de futebol.

"Meu time jogou melhor, mas perdeu."

Futebol não é merecimento, não é justiça. Futebol é um jogo. Sua regra básica é: vence a equipe que marcar o maior número de gols. Simples (mais simples que jogar Banco Imobiliário).
Nessa ladainha, falam dos problemas da chamada cultura do "futebol de resultado". Alguns dizem que tal esporte deixou de dar espetáculo, deixou de entreter o público, tendo em vista que as equipes visam apenas o resultado final das partidas.
Bem, o jogo é jogado. Todos querem e devem ganhar. Dribles espetaculares, jogadas de efeito e outras tantas artimanhas não ganham jogo. Apenas um detalhe define um jogo de futebol: o gol.
O GOL! Sim, colocar a bola entre as traves, ultrapassando a linha de cal. Sei que para isso se faz necessário uma jogada, um lançamento, uma assistência, um chute, um cabeceio e quem sabe até um drible.  Porém, em importância, o gol é soberano, pois é ele quem define o resultado de uma partida de futebol. É o gol quem separa os vencedores dos perdedores. Caneta, balãozinho, troca de passes envolventes: nada disso ganha jogo!
O futebol em sua essência é puro resultado e apenas ele deveria interessar.
Quem não se importa com resultado, apenas com espetáculo, deveria ir pescar. Ninguém perde, ninguém ganha em uma pescaria. É tudo muito lindo, menos para o lambari. Afinal:
JOGO É JOGADO, LAMBARI É PESCADO. E tenho dito.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Futebol arte ao contrário.

No dia 04 de julho deste ano foi divulgado o ranking mundial de seleções da FIFA. Neste, a seleção brasileira figura, atualmente, na décima primeira colocação. Já li em diversas fontes que a crise enfrentada pela seleção de nosso país deve-se à fraca safra de jogadores. Discordo. Acredito que tudo começou a agravar-se quando tentamos reinventar a cultura do futebol arte, esquecendo alguns conceitos básicos. O drible, a firula ou as pedaladas se tornaram mais importantes que os “antigos” objetivos deste jogo: abrir o placar, realizar uma boa exibição coletiva e sair com a vitória.

Antigamente os craques eram aqueles que tinham o poder de motivar um time, jogar para honrar a camisa do seu clube ou seleção, jogadores de raça, técnica e força; os craques tinham o poder de mudar os rumos de uma partida, de criar o resultado. Nesse grupo, incluem-se jogadores desde Ronaldo, Romário, Zico, Pelé, Falcão, Zagallo, Ademir Da Guia, Garrincha, Didi, até Sócrates e Nilton Santos. Por muitos anos o Brasil figurou como o país do futebol, o país dos melhores do mundo. É claro que havia talentos individuais, mas o foco era a bola no chão, o time e os títulos. Em 2002 a seleção brasileira chegou a ser chamada de FAMILIA SCOLARI, tamanha a força do grupo.

O Brasil chegou ao ápice que, no entanto, não foi o suficiente. Precisando ser ainda melhor, nosso futebol acabou ficando com a sensação de que algo se perdeu pelo caminho.

Surgiram os dribles e embaixadinhas de Ronaldinho Gaúcho, as pedaladas do Robinho e os chiliques de Neymar. De repente, criou-se entre os jogadores o conceito de que precisávamos algo mais... deixar o adversário no chão, procurando a bola... nos sobressair sobre os adversários e... até mesmo ganhar destaque dentro de nosso próprio time.

Aconteceu que essa cultura do futebol bonito chamada de futebol arte virou moda e todos acharam que era a solução. A partir deste momento, deixamos de ter um forte futebol coletivo e passamos a ser o “ EU FUTEBOL CLUBE”. Este foi o grande erro brasileiro. Exibição individual não garante resultado, drible é um auxiliar para um objetivo maior. Apenas isso.

Hoje a seleção conta com ótimos jogadores como o próprio Neymar, Ganso, Oscar, Damião, Hulk, Rafael, Lucas Leiva, Ramires, Sandro, Thiago Silva. Logo, o problema não é a safra de jogadores e sim o conceito de futebol. Na despedida do Ronaldo, criaram 128 chances de gol para que Fenômeno marcasse. Se os jogadores se empenhassem em ajudar seus companheiros de igual forma em seus clubes, estaríamos figurando ainda entre os melhores.

A receita do futebol é simples, difícil é resistir à tentação de driblar todo o time adversário, fazer o gol e sair na capa dos jornais no dia seguinte. Por isso, estamos colocados no décimo primeiro lugar do ranking.

Afinal, por que o futebol de outrora, dos tempos de Pelé, foi chamado de arte? À época, jogava-se com raça e amor. No Brasil, o futebol já foi suado, objetivo, jogado com fervor e devoção à camiseta. A arte; a arte no futebol é fazer gol, é vencer, é apresentar bom toque de bola, dribles verticais sempre aliados a uma finalização potente e inesperada.

O conceito se perdeu, só ficou o nome. Firulento, sem objetividade, sempre buscando ludibriar ao árbitro e ao adversário: de artístico, só os colossais salários. Amor, raça, vontade de vencer? Perdeu-se no tempo. Atualmente, o Brasil joga o futebol arte ao contrário, em que o indivíduo vale mais que um clube, uma torcida, uma paixão.

Para voltarmos ao topo, os conceitos utilizados precisam ser revistos.