quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O indispensável é a versatilidade


Um assunto muito comentado pelos blogs que tratam sobre futebol é a importância do centroavante e as variações de esquemas táticos. Os dirigentes tem um tempo para planejar o elenco que o clube terá para disputar as principais competições do ano. O treinador tem um tempo para conhecer e organizar o elenco que possui de modo a obter o melhor aproveitamento. Nesse meio do caminho, sempre surgem reclamações entre as partes, somados a palpites da imprensa, por conta de falta de peças. Dentro desse contexto podemos citar vários exemplos.
O time do Corinthians do ano passado, contava com um ataque que tinha William, Jorge Henrique e Liédson. Mais para o final do ano, Tite ganhou o reforço de Émerson. Estas peças citadas proporcionaram ao longo do campeonato brasileiro uma variedade de jogadas ofensivas. Se o jogo estava mais fechado, havia velocidade pelas laterais. Os atacantes cortavam pro meio e chutavam. Se as laterais estivessem mais fechadas, atacava-se pelo meio e Liédson resolvia de cabeça ou em uma jogada dentro da área. Terminou o ano, Liédson se lesionou, Bill foi mandado embora, Élton não deu certo e o Corinthians ficou sem centroavante.
Na Libertadores, Tite tirou William e colocou Émerson, dando mais qualidade. No lugar do Liédson, reforçou o meio, fazendo com que Alex e Danilo jogassem juntos. Jogadores de qualidade + time com qualidade = sucesso. É claro que mesmo com essa nova formatação, o time sentiu a falta de um centroavante que poderia ter resolvido em algumas partidas, mas isso também não foi sinônimo de fracasso. No BR12, sem a reposição qualificada de Émerson (lesionado) e Alex (negociado), o Corinthians sentiu demais a falta de jogadas ofensivas sem um centroavante. É uma peça importante? Claro. Faltou reposição? Sim, mais tarde veio, mas vai demorar um pouco para Guerrero engrenar. Sem centroavante dá pra ganhar jogo e até título? Claro, Barcelona e a Seleção espanhola são atualmente o maior exemplo disso.
O importante é ter qualidade, fugir do previsível para ganhar do adversário, proporcionar variação e opções de jogadas para o time. Os jogadores têm que ter versatilidade, se não dá por um lado, joga pelo outro. A seleção espanhola jogou a última Eurocopa sem centroavante, mas se precisasse tinha peças no banco pra mudar o panorama da partida. Precisou? Fernando Torres estava sempre lá. Por isso o planejamento para ter peças importantes disponíveis é essencial.
Agora vamos analisar outra situação: utilizar dois centroavantes é recomendável? Há casos e casos. O Fluminense podia jogar com Fred e Rafael Moura, e tentou em algumas ocasiões. Agora o Internacional pode contar com Damião e Rafael Moura. Nesses dois casos, mesmo tratando-se de bons jogadores, eu utilizaria apenas um dos dois mais um segundo atacante. Seguindo a lógica da qualidade e da versatilidade, não daria certo. Essas duas duplas contam com jogadores de características muito parecidas, então o time não ganha muitas opções de jogadas, sem contar que esses jogadores têm algumas limitações. Já se observarmos o Manchester City usando Aguero e Tevez, mesclando com Balotelli e Dzeko, estaria liberado geral. São jogadores extraordinários que podem voltar e buscar o jogo, dribar, cabecear, protagonizar lances inesperados, fora a excelente capacidade de finalização. O Flamengo com Love e Adriano também já mostrou que pode dar certo. O indispensável para dar certo é a versatilidade.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Os contratos dos boleiros.


Nesta segunda, o Flamengo acertou a volta do atacante Adriano ao Ninho do urubu. Ele foi examinado pelo médico do clube e, como estava tudo ok, assinará o contrato. Não é de hoje que a diretoria do Fla recebe críticas por falta de planejamento, contratações erradas, pagamentos atrasados e oferecer cifras que não pode cumprir. Certa vez, assisti uma reportagem em que o presidente do Coritiba falava com indignação sobre o tema. O Cartola do Coxa dizia sofrer uma concorrência desleal, pois se você oferece salários de 700 mil para os boleiros, certamente seu elenco terá jogadores de qualidade. Já um clube que tem menos recursos, como o que ele dirige, contratará jogadores mais limitados. Cada um deveria ter à disposição os jogadores que podem pagar, mas alguns bancam sem ter condições.
No caso do Imperador, trata-se de um jogador caro e que sempre gera muita desconfiança. Seu nome está sempre vinculado a baladas, ausência nos treinamentos, atrasos e mau condicionamento físico. Suas últimas passagens em clubes de futebol, também não recomendam. Seria mais um grande erro do Flamengo? A maioria se atreveria a dizer: PROVAVELMENTE. Contudo, desta vez acho que o Mengão está tomando o rumo certo, ou pelo menos o mais apropriado.
Adriano é um jogador que tem muita identificação com o clube. Ali ele surgiu nas categorias de base, foi apresentado ao mundo da bola e depois de sua grande fase na Inter de Milão, foi onde jogou o seu melhor futebol. O Flamengo vive um momento de transição, onde está se reerguendo. Estão sendo lançados muitos jovens, Ronaldinho abandonou a barca da maneira que todos vimos e o time estava passando por maus momentos: nenhum jogador de peso ou que esteja jogando em alto nível queria vir para o Flamengo. Seria um ótimo momento para que o Imperador se recuperasse junto com o time e fizesse crescer a confiança no clube, no vestiário e no seu futebol. A copa de 2014 está chegando, todos sabemos o baita jogador que ele é quando tem interesse, se voltasse agora com tudo, ainda poderia ter grandes oportunidades, até mesmo com a canarinho.
Mas, ainda que exista muita esperança no ar, não dá para esquecer o histórico do jogador. E o contrato como fica? E se o jogador não render, não tiver a fim? O time precisa de jogadores pra chamar a responsabilidade, paga milhões pro Adriano e não recebe nada em troca? Eis que surge junto à diretoria do Flamengo uma ideia inteligente depois de tantas furadas. O contrato de Adriano com o clube terá os mesmos moldes do contrato de Juninho Pernambucano com o Vasco (jogador de 37 anos). O Reizinho da colina recebe 50 mil reais por partida disputada, mais bonificações em caso de objetivos conquistados – títulos, meta de gols, assistências e etc. O Imperador, segundo a imprensa, receberia 75 mil por partida disputada mais os bônus.
O Flamengo ainda teria dito que esta solução contratual não seria colocada em prática apenas para Adriano. A ideia é que todos os novos jogadores contratados pelo clube sejam enquadrados nessa mesma condição. Sabe que não me parece uma ruim?! Deco, Fred e Thiago Neves ganham cada um cerca de 700mil reais por mês. Deco vive lesionado, Fred volta e meia não está disponível, TN7 idem. D’alessandro também ganha um baita salário e esse ano quase não jogou. Damião, Forlán e Guinazu são chamados frequentemente pelas suas seleções e desfalcam o clube. Isso sem falar em Neymar, Ganso, Rafael e outros sempre convocados para o Brasil. Nessa condição, jogador lesionado, suspenso por 3 cartões, suspenso por expulsão, defendendo a seleção, simulando lesão para não jogar (Valdívia), não querendo jogar para poder ser transferido ou afastado por indisciplina, não ganha. Só recebe no final do mês aquele que estiver disponível e render disputando as partidas.
Se fizermos as contas, Damião não receberia nada do Inter neste último mês que disputou as Olimpíadas e o clube não usufruiu do seu futebol. Quanto os clubes economizariam??? Surge ai uma boa ideia e iniciativa que todos os clubes poderiam seguir. Seria mais justo e mais incentivador. Os contratos dos boleiros devem beneficiar os clubes, não a CBF, o bolso dos jogadores ou quem quer que seja. O Flamengo finalmente está acertando alguma coisa no seu planejamento e Adriano, que já fez dupla com Love em 2009-2010, e foi um dos principais destaques do último título do campeonato brasileiro no clube, surge como uma boa aposta tendo em vista que se não render, não significará dinheiro posto fora.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

O Ciclo de Mano Menezes na seleção brasileira.



Há quase dois anos atrás, mais precisamente no dia 24/07/2010, o técnico Mano Menezes anunciava, via assessoria de imprensa, que havia aceitado o convite da CBF para ser o novo técnico da seleção brasileira principal. Às vésperas da final olímpica em Londres, na qual o Brasil tem a chance de conquistar pela primeira vez a medalha de ouro e Mano Menezes a oportunidade de marcar seu nome pra sempre na história do futebol brasileiro, vejo um momento propício para fazer alguns apontamentos sobre o trabalho do treinador.

       Quando assumiu o cargo, Mano sabia que teria a missão de promover uma grande renovação na seleção. Dunga, seu antecessor, havia realizado um bom trabalho, mas não deixou uma base de jogadores capazes de protagonizar na Copa de 2014. Assim, sua trajetória foi marcada pelo teste de muitos jogadores com a finalidade de encontrar um time que passasse confiança para a disputa de torneios importantes. 
No começo ele até que foi bem. Suas primeiras convocações contavam com uma mescla de jogadores experientes - como Lúcio, Robinho e Daniel Alves - e jovens que haviam despontado com possibilidade de estarem presentes na copa de 2010 – como Neymar e Ganso. A receita deu certo, mas ainda não era a ideal para o objetivo 2014. Com isso, muitos foram os chamados para testes. Mano apresentou “um leque” de jogadores ao Brasil: desde esquecidos no velho continente até aqueles sempre lembrados pelos clubes do Brasil, mas pouco aproveitados na seleção. Nas listas seguintes, havia nomes como Jádson, Luiz Gustavo, Renato Augusto, Hernanes, Jucilei, Elias, Douglas Costa, William, Nilmar, Jonas, Rafael, Adriano e André Santos. Sobrou espaço até para o retorno de Ronaldinho Gaúcho e para as chances de Mariano e Cortez. 
Apesar de todos reconhecerem que era necessário avaliar muitos jogadores para conseguir obter êxito na renovação, o treinador foi muito criticado pela demora em estabelecer um time base. Passava-se mais de um ano a frente da seleção e ninguém sabia ao certo sequer quem eram os 11 titulares de Mano Menezes. E mais, quando um jogador fazia uma ótima partida no primeiro tempo de jogo, Mano tirava-o no intervalo (caso de Jádson na Copa América). Muito se falou que isso só atrapalhava uma boa sequência dos jogadores e da seleção, pois era preciso que os jovens ganhassem confiança para se consolidarem. Pra piorar, o desempenho do Brasil na Copa América passou longe do esperado e acabou sendo coroado com a vergonhosa eliminação nas quartas de final para o Paraguai, em que os brasileiros erraram todas as 4 cobranças de pênaltis.
Apenas nos quatro amistosos antes das Olimpíadas – contra Dinamarca, EUA, México e Argentina-, Mano descobriu um time base que poderia funcionar em Londres ou até mesmo na Copa do Mundo: Marcelo, Alex Sandro, Thiago Silva, David Luiz, Daniel Alves, Danilo, Sandro, Oscar, Ganso, Neymar, Hulk, Pato, Lucas e Damião, são jogadores que certamente podem ser utilizados mais adiante. Nas Olimpíadas, usando aquela que poderia ser a base da seleção principal, o Brasil conseguiu chegar à final. Ao ter acertado um time, Mano deu um passo importante e definitivo em seu trabalho. Ter chegado ao objetivo da Final Olímpica também foi muito importante em sua trajetória. Mas nem isso, ou até mesmo a possível conquista do inédito ouro olímpico, afasta o seu risco no cargo.
O treinador, que teve recentes passagens vitoriosas em clubes como Grêmio e Corinthians, não conseguiu dar um padrão de Jogo à seleção. Demorou demais até definir seus jogadores. Não teve atuações seguras e convincentes nem contra Egito, Honduras e Coréia do Sul, que dirá contra uma grande seleção como Alemanha, França e Argentina. Com ele no comando podemos imaginar um time para 2014 com Diego Alves (Júlio César ou um garoto que se firme como Gabriel, Neto ou Renan Ribeiro); Daniel Alves (Danilo); Thiago Silva (Bruno Uvini, Juan ou até mesmo Réver); David Luiz (Dedé); Marcelo (Alex Sandro); Lucas Leiva (Sandro ou Ralf); Ramires (Hernanes ou Paulinho); Oscar (Ganso); Neymar (Jonas); Leandro Damião (Alexandre Pato); Hulk (Lucas Moura).
Não sei até que ponto o projeto de seleção de Mano é confiável na visão dos brasileiros e até mesmo da CBF. Sou até capaz de apostar que ele não dura muito no cargo. O técnico da nossa seleção deixa transparecer nas suas decisões um misto de despreparo e falta de convicção. Quando ele parece estar convencido de uma solução, descarta-a. Nesse quesito cabem os episódios de falta de sequência a jogadores que tiveram boas apresentações no time. Pode ser citado até mesmo o caso de Hulk, que foi convocado para as Olimpíadas como um dos jogadores acima de 23 anos, aquele que seria o cara para chamar a responsabilidade no ataque brasileiro e impor respeito e experiência frente aos demais times olímpicos. Sendo colocado no banco na partida decisiva de semi-final do torneio para a entrada de Alex Sandro no meio campo, Hulk deixa de ser uma das principais armas do time.
Mano parece passar aos seus jogadores toda a sua insegurança, confusão de ideias e falta de experiência. O time dá impressão de que não assimila o que o técnico pretende passar, acho que nem ele tem certeza do que daria consistência ao time. Mesmo com o ouro olímpico, acredito que a seleção tenha mais mudanças pela frente. A quase dois anos da Copa, há a convicção de muitas pessoas ligadas ao futebol de que ainda dá para recuperar o tempo perdido e fazer uma boa apresentação, mas a troca de treinador não pode demorar a ser feita. O Ciclo Mano Menezes não deve resistir e parece estar próximo do fim.
Ainda arrisco que Muricy Ramalho seria o próximo nome. Saberemos.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Valorização da base.


Sempre foi reconhecida a qualidade da dupla grenal em formar bons jogadores. Nos últimos anos, os celeiros de craques destes dois times estiveram recheados. Vale lembrar os jogadores que saíram ,em um passado recente, da base:

Internacional: F. Rochemback (Dalian Aerbin), Nilmar (Al-Rayyan), Alexandre Pato (Milan), Luiz Adriano (Shakhtar), Taison (Metalist), Walter (Goiás), Sandro (Tottenham), Giuliano (Dnipro), R. Jesus (Portuguesa), Marquinhos Gabriel (Sport), Titi (Bahia), Ronaldo Alves (Náutico), Danny Morais (Bahia), Diogo (Porto), Talles Cunha (Botafogo-SP), Eduardo Sacha (Goiás), Muriel (Inter), Renan (Inter), entre outros.

Grêmio: Ronaldinho Gaúcho (Atlético MG), Lucas Leiva (Liverpool), Anderson (Manchester United), Carlos Eduardo (Rubin Kazan), Mário Fernandes (CSKA), Fernando (Grêmio), Leandro (Grêmio), Bruno Collaço (Goiás), Galatto (América-RN), Marcelo Grohe (Grêmio), Pessali (Angers SCO), Ânderson Pico (Grêmio), Bérgson (Ypiranga), Matheus Magro (Ypiranga), Spessato (Cerâmica), entre outros.

Muitos foram os nomes. Dentre eles, de forma justa ou injusta, houveram os considerados craques, jogadores aproveitáveis e descartáveis. Todos os anos, a dupla utiliza alguns destes atletas no elenco profissional.
Diversos treinadores de sucesso, que já passaram por esses e outros clubes, apresentam em seus times a receita de sucesso de mesclar jovens e experientes. Ocorre que aqui, nos dois maiores clubes do RS, a cultura de lançar jogadores gera muita desconfiança e insegurança. Embora os clubes reconheçam a importância de lançar jovens promessas, uma vez que a venda destas é um dos principais meios de manter as contas em dia, a política de subi-los da base é muito conservadora. Mais até no Inter do que no Grêmio, muito também pela maior saúde financeira do primeiro em relação ao segundo.
Por estas bandas, se tem muita “frescura” no momento de lançar jogadores. Diversos são os empecilhos colocados, quantas vezes ouvimos: O Jogador não está pronto, precisa aprimorar fundamentos, precisa adquirir mais maturidade, não queremos queimar esse jovem jogador. Concordo que em alguns casos é preciso ter paciência para usufruir de um talento lapidado, mas não se pode passar dos limites, como diz a expressão popular "não dá para dormir no ponto".
      Acontece que muitas vezes, apesar da dupla valorizar a base e garimpar bons jogadores por todo país, na hora “H” preferem usar um jogador velho e mediano do que um joven e bom jogador vindo das categorias de base. Querem um exemplo disso: Ano passado o Grêmio jogava com os volantes F. Rochemback(lento) e Adílson(limitado). Enquanto isso, Fernando, um dos os melhores volantes atuantes no Brasil nesta temporada, destaque na seleção sub-20, estava no banco de reservas. Também não consigo entender, como Marquinhos Gabriel e Talles Cunha não foram aproveitados no Internacional. O primeiro é o principal jogador/destaque e camisa 10 do Sport, clube que disputa a série A. Já o segundo,  nas oportunidades que teve no Inter não decepcionou e muito pelo contrário, foi tão bem que passou a ser chamado para a seleção sub-20. Os dois entraram em poucos jogos, foram bem, não tiveram sequência de aproveitamento, sendo preteridos por jogadores medianos e entre utilizações nos times sub-20 e sub-23 do Inter e empréstimos, se perderam no mundo da bola.
 Ainda acho que é possível mudar esse quadro, resgatar alguns jogadores e mudar a visão dos nossos clubes com relação a este assunto. Santos, São Paulo e Botafogo lançam e seguiram lançando muitos jogadores com sucesso neste ano. Quem sabe sirvam de exemplo para a dupla, mostrando que pode sim dar certo esta estratégia. A utilização destas promessas, além de trazer fôlego e/ou qualidade ao elenco, enxuga a folha salarial formando elencos mais baratos. Porque ao invés de pagar o Marcos Aurélio o Inter não recupera o Marquinhos Gabriel ano que vem? O próprio Grêmio já começou este processo recuperando Ânderson Pico, jogador que caso tivesse recebido atenção à risca de dentro do clube, já poderia ter se firmado há muito tempo.            
    Os atrasos na hora de lançar e os repetidos empréstimos sem lógica atrapalham a dupla grenal que já ganhou tanto com jovens jogadores, mas que poderia ganhar ainda mais com os que passam da hora e acabam perdidos. É preciso explorar mais e melhor as categorias de base.

- Fica a dica pra dupla: Não precisa contratar Jogadores como Felipe Nunes e Marco Antônio. Usa o Biteco que tá pedindo passagem e foi devolvido a base. Não precisa trazer Marcos Aurélio e Édson Ratinho. Recuperem o Marquinhos Gabriel e o Diogo, bom lateral direito emprestado ao Porto-PORTUGAL. Usem o Romário, o Dalton, o Moledo. Fiquem atentos aos valores da base.

PARA VER ACONTECER:
- O Grêmio não deve demorar muito para lançar de vez os garotos Biteco, Misael e Mamute.
- Do lado do Inter, deverão ser ainda mais utilizados os garotos Fred, Zé Mario, Lucas Lima, Mike, Otávio e Maurides. Além destes, até o final do ano, serão promovidos o lateral-direito Cláudio Winck (na foto), os volantes Rodrigo Dourado, Lucas Severo e Marlon Bica, mais os meias Fernando Baiano e Rafael Pernão.  Todos têm contratos longos e multas para o Exterior batendo na casa dos 40 milhões de euros.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Política de favorecimento.

Temos os craques que não merecemos. Falta humildade, seriedade, senso de ridículo: é muita alegria, muito sorriso sem motivo. Além disso, se usar cabelinho moicano e seguir tendências banais é ser ousado, Dominó foi a banda mais ousada da história, desbancando Black Sabbath, AC/DC, entre outras.
Não bastasse tamanha incoerência, vários jogadores exigem absurdos de seus clubes. Além dos contratos milionários, diversos futebolistas solicitam regalias oficiais, faraônicas e inescrupulosas. Neymar, mlk piranha master, exige que o Santos pague ao seu pai todas as despesas para vê-lo jogando em partidas internacionais. Tal exigência está no contrato do cai-cai de moicano, forçando o clube santista a cobrir todos os gastos com voos de 1ª classe, hotéis 5 estrelas, entre outras regalias. Por exemplo, nesse momento, o pai de Neymar está em Londres, sendo custeado pelo clube em que seu filho joga. Estima-se que essa brincadeira esteja custando em torno de 100 mil reais aos cofres do peixe.
Ronaldo Dentuço Pilantra exigia ao Grêmio, para assinar contrato, durante a novela de negociações, um caminhão de bebidas por mês descarregado na casa noturna de seu irmão, Assis Moreira, em Porto Alegre. Ainda bem que foi pra Gávea, palhaço. É tanta regalia e mimo que o futebol brasileiro constrói monstros. Estrelismo, falta de identidade e luxúria são consequências de todo um histórico de favorecimento dos semi-deuses da bola.
E dizer que Laor tornou-se quase um ídolo do Santos por manter Neymar até a copa de 2014 nestas condições. Assim também Odone, não fosse o insucesso, ficaria imortalizado na história tricolor por trazer um “grande craque”, jogador da base gremista, de volta para os braços da torcida. Parece-me até irônico. 
O fato dos dirigentes aceitarem estas cláusulas abusivas é desmoralizante tanto para os clubes quanto para o futebol brasileiro. Isso é uma tremenda prova da MOLECAGEM dos pseudo-craques e dirigentes pé de chinelos. Mais do que isso, é uma prova da falta de profissionalismo e respeito com as pessoas que assistem e acompanham futebol. É por essas e outras que alguns jogadores pensam que estão acima de seus clubes, treinadores e colegas de profissão.
Acima da sociedade, dos meros mortais, pseudo-craques viram milionários e exigem absurdos sem um pingo de vergonha. São os rock stars brasileiros, que se dizem gênios da bola. Com o futebol em segundo plano, cantam pagode, tocam surdo, posam pra fotos, namoram modelos. Jogar bola é a prioridade? Parece que não. 
Nossa sociedade precisa de heróis, sente necessidade de idolatrar. Porém, apenas peço-lhes: gostem de si mesmo, não amem loucamente seres distantes, escrotos, ousados&alegres... quando se tem o poder, todos manipulam, querem mais e mais. Passam por cima de tudo, sem caráter. Não é diferente no mundo da bola. 

terça-feira, 31 de julho de 2012

O tempo das vacas gordas.


Daqui alguns dias se encerra de vez o período de contratações dos times brasileiros. Com a Janela de compra do exterior já fechada, resta apenas a opção de buscar reforços dentro do mercado interno. Mesmo que a dupla GreNal não traga mais nenhum reforço, este ano está sendo, sem dúvida alguma, muito especial no quesito contratações para estes dois clubes. Aliás, não só para a dupla, mas para todos os clubes brasileiros de maneira geral.
Do lado do tricolor, é só buscarmos na memória recente. O time do ano passado tinha Victor, Mário Fernandes, Rafael marques, Saimon, Julio César, F. Rochemback, Adílson, Douglas, Marquinhos, Júnior viçosa, André Lima. Ainda havia os reservas Edcarlos, Rodolfo, Diego Clementino, Gilberto Silva, William Magrão, Lúcio, Bruno Collaço, Lins e Miralles. Vamos combinar que o time atual conta com muito mais qualidade. Comparando somente o ataque gremista, ver Kléber e Moreno é um colírio para os olhos do torcedor perto do que se tinha ano passado. O Grêmio contratou mais jogadores do que um time inteiro conta dentro de campo. Recordemos:
Zagueiros: Douglas Grolli, Pablo, Naldo, Werley. Sem contar com Sorondo que nem chegou a jogar.
Laterais: Tony, Fábio Aurélio, Pará. Ainda nesta categoria recuperou Anderson Pico e Edílson, 2 jogadores que voltando de empréstimo somam ao grupo do grêmio.
Volantes: Souza e Léo Gago.
Meias: Elano, Zé Roberto, Marco Antônio, Rondinelly, Felipe Nunes, Wangler e Facundo Bertoglio.
Atacantes: Kléber e Marcelo Moreno.
No Internacional, em função do clube já trabalhar com a manutenção de uma boa base de time, não houve tantas contratações, o que não desmerece a importância e qualidade das que foram concretizadas. Os colorados estavam acostumados a ver em campo um ataque formado por Damião e Dellatorre. E no banco de reservas? Gilberto. Não havia um lateral reserva para Nei. Faltavam zagueiros. Tudo resolvido agora. Aí estão as contratações do colorado:
Zagueiros: Juan.
Laterais: Édson Ratinho.
Volantes: Ygor e a recuperação de Josimar.
Meias: Dátolo e Jajá.
Atacantes: Marcos Aurélio, Dagoberto e Diego Forlán.
Tudo isso, aliado a perda de poucos jogadores importantes e empréstimo/venda dos não utilizados, refletiu-se dentro de campo, proporcionando médias de aproveitamento muito maiores à dupla nas competições de que participam.
O Grêmio perdeu apenas Mário Fernandes, Douglas, Adílson, Rochemback e Victor. Livrou-se de Rafael Marques, Lins, Diego Clementino, Rodolfo, Lúcio e William Magrão.
Já o Inter perdeu Andrezinho, Oscar, Sandro Silva e Tinga. Livrou-se de Lauro, Wilson Mathias, Glaydson e Sorondo.
No balanço Geral, os dois ganharam muito em grupo e qualidade. Mais do que isso, com esse show de contratações mostraram que é possível repor com qualidade e fazer grandes investimentos. Não me recordo de um ano em que a dupla tenha se reforçado tão bem. Estamos mesmo atravessando um tempo de vacas gordas para o futebol brasileiro.

à A este time de reforços ainda podem juntar-se Rafael Moura (Inter), Paulo Henrique Ganso (Inter) e Marcos Paulo (Grêmio). Nos próximos dias saberemos.

Leandro Damião, um bom centroavante grosso.


Depois da declaração do presidente do Bayer de Munique, na qual Uli Hoeness afirma que “Mario Gómes é bom, mas não muito”, fiquei pensando: qual seria a avaliação de Leandro Damião?
Ao rever a carreira do centroavante do Internacional e da Seleção Brasileira, desde 2010, quando fez gol pelo Inter na final da Libertadores, até os dias de hoje, percebo que o goleador passou por uma fase incrível em sua carreira. Depois daquela oportunidade que teve com Celso Roth e marcou o tento, o atleta passou a ter mais confiança dentro do clube e recebeu mais oportunidades. O resultado foi que ele se tornou o goleador, melhor atacante e craque do Gauchão no ano seguinte e no campeonato brasileiro então, estourou como grande jogador a nível nacional e até além.
Damião é um jogador que, aos poucos, foi ganhando a simpatia de todos, afinal sabe fazer gols; e fez muitos. Em um primeiro momento, mesmo marcando de todas as maneiras – cabeça, pé direito, pé esquerdo, dentro da área, fora da área -, consideravam-no um bom jogador, mas grosso. Depois das atuações contra o Independiente, final da Recopa (fez 2 gols), o Palmeiras, Brasileirão ( fez 3 gol em Marcos), Flamengo (antológico gol de bicicleta) e Argentina, Superclássico das Américas (deu aquela linda lambreta e na sequência quase marcou um golaço), Damião passou a ser visto como um grande craque, camisa nove titular da seleção brasileira, o tão esperado substituto de Ronaldo Fenômeno. Foi mesmo o seu grande momento.
Após esse "boom", veio uma lesão, a primeira de sua carreira, e Damião não voltou o mesmo. Demorou até que retomasse o ritmo e depois que entrou em forma, revelou o que todos nós suspeitávamos no início: Leandro Damião é um bom centroavante, mas é grosso. Ele é um jogador forte, que passa o trator nos zagueiros, quando a bola chega em condições dá uma bica e é bola na rede. Sabe fazer gol... Mas contudo, ele não me parece ter mais a qualidade do arranque que mostrou em seu primeiro gol pelo colorado, ou então o vigor físico que mostrava ao correr atrás de qualquer bola.
Hoje, na Seleção Olímpica, foi preterido por Alexandre Pato, antigo colorado. Na minha visão, Damião tem muitas qualidades, mas alguns defeitos. Entre eles: não é muito bom no apoio a marcação; não tem muita qualidade de passe; não tem um bom drible – ele está muito pesado – e não tem uma boa virada de jogo. Sempre foi assim. Em uma época, logo que retornou de lesão, ele até tentou se destacar com dribles e jogadas bonitas, entretanto todos sabem que essa não é a dele; A dele é fazer gol. Ser grosso e objetivo é o seu grande trunfo.
Se aprimorar alguns fundamentos e aceitar o que diz o trecho da música “Eu reconheço que sou um grosso” de Gildo Freitas, sem ficar inventando e evoluindo no que tem de melhor, Damião pode ser ótimo.
“Me chamam de grosso, eu não tiro a razão;
Eu reconheço a minha grossura.”
Por enquanto, é apenas um bom centroavante grosso.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

O Futebol e a má distribuição de renda.


No Brasil, assim como em diversos países, o reconhecimento ao esporte se dá devido à sua importante função social. Essa se refere ao poder do esporte em retirar os jovens das ruas, afastá-los das drogas, melhorar o convívio de um indivíduo com o grupo que é a sociedade. Isso sem falar nos efeitos benéficos à saúde. Os bons exemplos vindos desta prática trazem lições de superação, força e determinação; mensagens de que com vontade e paciência, tudo é possível, até mesmo para quem tem alguma deficiência ou dificuldade financeira.
Dentre as diversas modalidades de esportes em nosso país, amais “famosa” é o FUTEBOL DE CAMPO MASCULINO. Dizem que a cada 10 brasileirinhos nascidos, 9 sonham em ser jogador de futebol. A possibilidade de se tornar um jogador profissional representa para esses meninos muito mais do que inserção social; significa uma gigantesca virada-de-mesa na vida. Neste esporte, são oferecidos salários astronômicos, cifras de muitos dígitos em euros, libras e dólares. Patrocínios milionários, sem contar nas melhores estruturas de jogo e treinamento conhecidas no esporte. Porém, utilizando estatísticas mais cruéis, apenas 1 em cada 100 000 garotos que sonham ser jogadores viram profissionais e desses, poucos são os que conseguem alcançar o sucesso.
Mas ai nem tudo está perdido. Ainda temos o ciclismo, a ginástica, a natação, o handebol, o futebol de salão, o basquete, a esgrima, o hipismo, o judô, o tênis, o jiu-jitsu, o boxe, o MMA, o tae kwon do, as corridas, o salto com vara, o salto em altura, arremesso de peso e muitos outros. Em todos esses seguimos tendo ótimos exemplos para a sociedade. Porém, quando estas modalidades me vêm à mente, fico pensando: em um país como o Brasil, qual a motivação de uma pessoa em seguir com afinco o sonho de ser um atleta dessas modalidades? Quais os incentivos?
Quando se entende o esporte como um bem para a sociedade de um país, precisa-se pensá-lo como uma relação de mútua troca: o esporte deve dar bons exemplos de garra, luta e superação enquanto que o país deve dar incentivos – econômicos, estruturais, midiáticos...
O esporte é como o relacionamento de um casal; para dar certo não basta amor e uma marquise. Tem que haver comprometimento, boas condições financeiras, estrutura e organização. O fato do nosso país não ter, ou ter poucos, protagonistas nestas modalidades não me surpreende, tudo vem de uma relação de caso e consequência.
No caso do ciclismo, já cheguei a ouvir a absurda declaração irônica quanto ao esporte: “Não temos protagonistas, pois quem pratica ciclismo no Brasil morre atropelado antes mesmo de poder chegar à uma Olimpíada, tamanha a falta de ciclovias ou inadequação das mesmas”.
Outro caso complicado é a situação dos atletas brasileiros que participam das Olimpíadas, mas não conseguem patrocínio, devido à falta de visibilidade de algumas modalidades esportivas no país. Pior que isso, quando se aposentam, os atletas ficam desempregados, como a ginasta Daiane dos Santos, e encontram muitas dificuldades financeiras.
No futebol de campo feminino, é triste ver notícias com declarações como estas:
"Eu gostaria de ver mais mulheres no futebol. Vocês [brasileiros] têm um dos melhores times do mundo, elas são bem-sucedidas, mas não são apoiadas em casa", afirmou a ex-jogadora, campeã do mundo pela Alemanha e hoje presidente do Comitê Organizador do Mundial da Alemanha.
"Queria mais respeito pelo nosso trabalho. Estou desempregada, pois os clubes não têm como pagar um salário", disse Formiga, 33, volante, recordista brasileira em participações em mundiais.
POR FALTA DE APOIO, TERMINOU O TIME FEMININO DO SANTOS, O MELHOR DO BRASIL, DE ONDE VEIO A BASE DA SELEÇÃO BRASILEIRA. AGORA SÓ FALTA O PRÓXIMO PASSO, EXTINGUIR ESTA MODALIDADE NO BRASIL.
O Brasil não valoriza o esporte; endeusa o futebol masculino e se esquece de todo o resto. Compará-lo com os outros esportes é como discutir a má distribuição de renda brasileira. Os salários dos jogadores de futebol seriam os dos deputados federais, enquanto que os esportistas das demais categorias teriam os rendimentos comparados aos de um professor estadual ou de um policial militar. Quanta desigualdade!

--- A crítica não vale apenas para o governo, mas também para a mídia. Em um canal de televisão, esportivo ou não, quantos minutos de audiência são destinados ao futebol? E quantos são destinados aos outros esportes?

--- Vale então fazer o exercício, quem ai sabe quem são os jogadores do time de futebol masculino do Brasil? E então, quem são os jogadores do time de handebol masculino ou feminino da seleção brasileira?

Outros links relacionados ao assunto:

domingo, 29 de julho de 2012

O negócio do futebol


O negócio do futebol. Sou ultrapassado, me sinto assim quando penso no caminho que o futebol tomou. Tantas cifras e investimentos que os times ganham em caixa, mas perdem identidade. Os times estão se vendendo, cheios de “dirigentes profissionais” que não se identificam com os clubes, não torcem pelos seus clubes.
Sinto saudades dos dirigentes às antigas, que amavam e defendiam suas cores. Saudades de dirigentes como Cacalo do Grêmio, que na década de 90 comandava a barca tricolor, representando o torcedor gremista em cada vitória, em cada título. Em um caso mais atual, Fernando Carvalho, dirigente do Internacional campeão mundial, é fanático pelo seu clube do coração. Digo mais, esse cidadão vive pelo Inter.
Os clubes estão órfãos. A torcida não está sendo representada. Precisamos de identidade, que os interesses financeiros não estejam em primeiro plano. Nenhum exército triunfa em uma batalha sem que os soldados confiem em seu comandante.

sábado, 28 de julho de 2012

Bertoglio com a 23 e Felipe Ximenes mais distante do Beira-Rio


- O argentino Facundo Bertoglio, que chegou ao grêmio no início do ano com a responsabilidade de vestir a camisa 7, eternizada pelo do ídolo gremista Renato Portaluppi, ao retornar à Ucrânia para resolver suas pendências contratuais, viu o tricolor apresentar ELANO COM A CAMISA NÚMERO 7. Agora retornando ao olímpico o atacante diz não se sentir chateado com a perda da numeração e passará a usar o número 23 às costas da camisa.
- Depois de anunciar Fernandão como novo técnico do Internacional, a diretoria colorada passou a procurar um substituto para o antigo cargo do ídolo, o de diretor-técnico. Felipe Ximenes, atualmente no Coritiba é o favorito para assumir o posto. As negociações estariam avançadas devido ao interesse de ambas as partes. Porém, o mesmo detalhe que impediu a contratação de Dunga emperra o negócio: o tempo de contrato. Devido às eleições do clube, a diretoria oferece contrato somente até o final do ano, possibilidade que é rechaçada por Felipe Ximenes, uma vez que teria que largar uma posição confortável no Coritiba para vir ao Campeão de tudo.

Curtinhas 2


Abaixo segue a provável lista de 25 jogadores relacionados pelo grêmio para a disputa da Copa Sul-Americana:
Goleiros: Marcelo Grohe, Busatto e Matheus
Laterais: Edilson, Pará, Anderson Pico, Tony e Gabriel
Zagueiros: Gilberto Silva, Werley, Vilson e Naldo
Volantes: Fernando, Souza e Léo Gago
Meias: Zé Roberto, Elano, Marquinhos, Marco Antônio e Rondinelly
Atacantes: Kleber, Marcelo Moreno, Bertoglio, Leandro e André Lima
O regulamento da Sul-Americana permite que três nomes sejam trocados até a fase semifinal.

Curtinhas 1


O meia atacante Jajá está sendo observado pelo Olympique de Marselha. O Clube francês recentemente enviou um olheiro para acompanhar a partida realizada no Beira-Rio entre Internacional e Atlético-Go, na qual o jogador marcou um dos gols da vitória colorada. No entanto, em nota oficial, Jajá reforçou o desejo de continuar no clube gaúcho. "É muito bom para todo jogador ter seu trabalho observado por um dos grandes clubes da Europa. Já joguei lá e sei da importância do Marseille para o futebol europeu. Apesar disso, é preciso ressaltar que estou satisfeito aqui no Inter. Agora, tenho esperança de poder jogar, mostrar o meu futebol e continuar tendo o carinho da torcida”.

Jogo é jogado, lambari é pescado.

Vejo pessoas falando em injustiça no resultado de uma partida de futebol.

"Meu time jogou melhor, mas perdeu."

Futebol não é merecimento, não é justiça. Futebol é um jogo. Sua regra básica é: vence a equipe que marcar o maior número de gols. Simples (mais simples que jogar Banco Imobiliário).
Nessa ladainha, falam dos problemas da chamada cultura do "futebol de resultado". Alguns dizem que tal esporte deixou de dar espetáculo, deixou de entreter o público, tendo em vista que as equipes visam apenas o resultado final das partidas.
Bem, o jogo é jogado. Todos querem e devem ganhar. Dribles espetaculares, jogadas de efeito e outras tantas artimanhas não ganham jogo. Apenas um detalhe define um jogo de futebol: o gol.
O GOL! Sim, colocar a bola entre as traves, ultrapassando a linha de cal. Sei que para isso se faz necessário uma jogada, um lançamento, uma assistência, um chute, um cabeceio e quem sabe até um drible.  Porém, em importância, o gol é soberano, pois é ele quem define o resultado de uma partida de futebol. É o gol quem separa os vencedores dos perdedores. Caneta, balãozinho, troca de passes envolventes: nada disso ganha jogo!
O futebol em sua essência é puro resultado e apenas ele deveria interessar.
Quem não se importa com resultado, apenas com espetáculo, deveria ir pescar. Ninguém perde, ninguém ganha em uma pescaria. É tudo muito lindo, menos para o lambari. Afinal:
JOGO É JOGADO, LAMBARI É PESCADO. E tenho dito.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Futebol arte ao contrário.

No dia 04 de julho deste ano foi divulgado o ranking mundial de seleções da FIFA. Neste, a seleção brasileira figura, atualmente, na décima primeira colocação. Já li em diversas fontes que a crise enfrentada pela seleção de nosso país deve-se à fraca safra de jogadores. Discordo. Acredito que tudo começou a agravar-se quando tentamos reinventar a cultura do futebol arte, esquecendo alguns conceitos básicos. O drible, a firula ou as pedaladas se tornaram mais importantes que os “antigos” objetivos deste jogo: abrir o placar, realizar uma boa exibição coletiva e sair com a vitória.

Antigamente os craques eram aqueles que tinham o poder de motivar um time, jogar para honrar a camisa do seu clube ou seleção, jogadores de raça, técnica e força; os craques tinham o poder de mudar os rumos de uma partida, de criar o resultado. Nesse grupo, incluem-se jogadores desde Ronaldo, Romário, Zico, Pelé, Falcão, Zagallo, Ademir Da Guia, Garrincha, Didi, até Sócrates e Nilton Santos. Por muitos anos o Brasil figurou como o país do futebol, o país dos melhores do mundo. É claro que havia talentos individuais, mas o foco era a bola no chão, o time e os títulos. Em 2002 a seleção brasileira chegou a ser chamada de FAMILIA SCOLARI, tamanha a força do grupo.

O Brasil chegou ao ápice que, no entanto, não foi o suficiente. Precisando ser ainda melhor, nosso futebol acabou ficando com a sensação de que algo se perdeu pelo caminho.

Surgiram os dribles e embaixadinhas de Ronaldinho Gaúcho, as pedaladas do Robinho e os chiliques de Neymar. De repente, criou-se entre os jogadores o conceito de que precisávamos algo mais... deixar o adversário no chão, procurando a bola... nos sobressair sobre os adversários e... até mesmo ganhar destaque dentro de nosso próprio time.

Aconteceu que essa cultura do futebol bonito chamada de futebol arte virou moda e todos acharam que era a solução. A partir deste momento, deixamos de ter um forte futebol coletivo e passamos a ser o “ EU FUTEBOL CLUBE”. Este foi o grande erro brasileiro. Exibição individual não garante resultado, drible é um auxiliar para um objetivo maior. Apenas isso.

Hoje a seleção conta com ótimos jogadores como o próprio Neymar, Ganso, Oscar, Damião, Hulk, Rafael, Lucas Leiva, Ramires, Sandro, Thiago Silva. Logo, o problema não é a safra de jogadores e sim o conceito de futebol. Na despedida do Ronaldo, criaram 128 chances de gol para que Fenômeno marcasse. Se os jogadores se empenhassem em ajudar seus companheiros de igual forma em seus clubes, estaríamos figurando ainda entre os melhores.

A receita do futebol é simples, difícil é resistir à tentação de driblar todo o time adversário, fazer o gol e sair na capa dos jornais no dia seguinte. Por isso, estamos colocados no décimo primeiro lugar do ranking.

Afinal, por que o futebol de outrora, dos tempos de Pelé, foi chamado de arte? À época, jogava-se com raça e amor. No Brasil, o futebol já foi suado, objetivo, jogado com fervor e devoção à camiseta. A arte; a arte no futebol é fazer gol, é vencer, é apresentar bom toque de bola, dribles verticais sempre aliados a uma finalização potente e inesperada.

O conceito se perdeu, só ficou o nome. Firulento, sem objetividade, sempre buscando ludibriar ao árbitro e ao adversário: de artístico, só os colossais salários. Amor, raça, vontade de vencer? Perdeu-se no tempo. Atualmente, o Brasil joga o futebol arte ao contrário, em que o indivíduo vale mais que um clube, uma torcida, uma paixão.

Para voltarmos ao topo, os conceitos utilizados precisam ser revistos.