No Brasil, assim como em
diversos países, o reconhecimento ao esporte se dá devido à sua importante
função social. Essa se refere ao poder do esporte em retirar os jovens das
ruas, afastá-los das drogas, melhorar o convívio de um indivíduo com o grupo que
é a sociedade. Isso sem falar nos efeitos benéficos à saúde. Os bons exemplos
vindos desta prática trazem lições de superação, força e determinação;
mensagens de que com vontade e paciência, tudo é possível, até mesmo para quem
tem alguma deficiência ou dificuldade financeira.
Dentre as diversas
modalidades de esportes em nosso país, amais “famosa” é o FUTEBOL DE CAMPO
MASCULINO. Dizem que a cada 10 brasileirinhos nascidos, 9 sonham em ser jogador
de futebol. A possibilidade de se tornar um jogador profissional representa
para esses meninos muito mais do que inserção social; significa uma gigantesca
virada-de-mesa na vida. Neste esporte, são oferecidos salários astronômicos,
cifras de muitos dígitos em euros, libras e dólares. Patrocínios milionários,
sem contar nas melhores estruturas de jogo e treinamento conhecidas no esporte.
Porém, utilizando estatísticas mais cruéis, apenas 1 em cada 100 000 garotos
que sonham ser jogadores viram profissionais e desses, poucos são os que
conseguem alcançar o sucesso.
Mas ai nem tudo está
perdido. Ainda temos o ciclismo, a ginástica, a natação, o handebol, o futebol
de salão, o basquete, a esgrima, o hipismo, o judô, o tênis, o jiu-jitsu, o
boxe, o MMA, o tae kwon do, as corridas, o salto com vara, o salto em altura,
arremesso de peso e muitos outros. Em todos esses seguimos tendo ótimos
exemplos para a sociedade. Porém, quando estas modalidades me vêm à mente, fico
pensando: em um país como o Brasil, qual a motivação de uma pessoa em seguir
com afinco o sonho de ser um atleta dessas modalidades? Quais os incentivos?
Quando se entende o esporte
como um bem para a sociedade de um país, precisa-se pensá-lo como uma relação de mútua troca: o esporte deve dar bons exemplos de garra, luta e superação
enquanto que o país deve dar incentivos – econômicos, estruturais, midiáticos...
O esporte é como o relacionamento de um casal; para dar certo não basta amor e uma marquise. Tem que haver comprometimento, boas condições financeiras, estrutura e organização. O fato do nosso país não ter, ou ter poucos, protagonistas nestas modalidades não me surpreende, tudo vem de uma relação de caso e consequência.
O esporte é como o relacionamento de um casal; para dar certo não basta amor e uma marquise. Tem que haver comprometimento, boas condições financeiras, estrutura e organização. O fato do nosso país não ter, ou ter poucos, protagonistas nestas modalidades não me surpreende, tudo vem de uma relação de caso e consequência.
No caso do ciclismo, já
cheguei a ouvir a absurda declaração irônica quanto ao esporte: “Não temos
protagonistas, pois quem pratica ciclismo no Brasil morre atropelado antes
mesmo de poder chegar à uma Olimpíada, tamanha a falta de ciclovias ou
inadequação das mesmas”.
Outro caso complicado é a
situação dos atletas brasileiros que participam das Olimpíadas, mas não
conseguem patrocínio, devido à falta de visibilidade de algumas modalidades
esportivas no país. Pior que isso, quando se aposentam, os atletas ficam
desempregados, como a ginasta Daiane dos Santos, e encontram muitas
dificuldades financeiras.
No futebol de campo
feminino, é triste ver notícias com declarações como estas:
"Eu gostaria de ver mais mulheres no futebol. Vocês [brasileiros] têm um dos melhores times do mundo, elas são bem-sucedidas, mas não são apoiadas em casa", afirmou a ex-jogadora, campeã do mundo pela Alemanha e hoje presidente do Comitê Organizador do Mundial da Alemanha.
"Eu gostaria de ver mais mulheres no futebol. Vocês [brasileiros] têm um dos melhores times do mundo, elas são bem-sucedidas, mas não são apoiadas em casa", afirmou a ex-jogadora, campeã do mundo pela Alemanha e hoje presidente do Comitê Organizador do Mundial da Alemanha.
"Queria mais respeito pelo nosso trabalho. Estou desempregada, pois os clubes não têm como pagar um salário", disse Formiga, 33, volante, recordista brasileira em participações em mundiais.
POR FALTA DE APOIO, TERMINOU O TIME FEMININO DO SANTOS, O MELHOR DO BRASIL, DE ONDE VEIO A BASE DA SELEÇÃO BRASILEIRA. AGORA SÓ FALTA O PRÓXIMO PASSO, EXTINGUIR ESTA MODALIDADE NO BRASIL.
O Brasil não valoriza o esporte; endeusa o futebol masculino e se esquece de todo o resto. Compará-lo com os outros esportes é como discutir a má distribuição de renda brasileira. Os salários dos jogadores de futebol seriam os dos deputados federais, enquanto que os esportistas das demais categorias teriam os rendimentos comparados aos de um professor estadual ou de um policial militar. Quanta desigualdade!
O Brasil não valoriza o esporte; endeusa o futebol masculino e se esquece de todo o resto. Compará-lo com os outros esportes é como discutir a má distribuição de renda brasileira. Os salários dos jogadores de futebol seriam os dos deputados federais, enquanto que os esportistas das demais categorias teriam os rendimentos comparados aos de um professor estadual ou de um policial militar. Quanta desigualdade!
--- A crítica não vale apenas para o governo, mas também para a mídia. Em um canal de televisão, esportivo ou não, quantos minutos de audiência são destinados ao futebol? E quantos são destinados aos outros esportes?
--- Vale então fazer o exercício, quem ai sabe quem são os jogadores do time de futebol masculino do Brasil? E então, quem são os jogadores do time de handebol masculino ou feminino da seleção brasileira?
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