terça-feira, 31 de julho de 2012

Leandro Damião, um bom centroavante grosso.


Depois da declaração do presidente do Bayer de Munique, na qual Uli Hoeness afirma que “Mario Gómes é bom, mas não muito”, fiquei pensando: qual seria a avaliação de Leandro Damião?
Ao rever a carreira do centroavante do Internacional e da Seleção Brasileira, desde 2010, quando fez gol pelo Inter na final da Libertadores, até os dias de hoje, percebo que o goleador passou por uma fase incrível em sua carreira. Depois daquela oportunidade que teve com Celso Roth e marcou o tento, o atleta passou a ter mais confiança dentro do clube e recebeu mais oportunidades. O resultado foi que ele se tornou o goleador, melhor atacante e craque do Gauchão no ano seguinte e no campeonato brasileiro então, estourou como grande jogador a nível nacional e até além.
Damião é um jogador que, aos poucos, foi ganhando a simpatia de todos, afinal sabe fazer gols; e fez muitos. Em um primeiro momento, mesmo marcando de todas as maneiras – cabeça, pé direito, pé esquerdo, dentro da área, fora da área -, consideravam-no um bom jogador, mas grosso. Depois das atuações contra o Independiente, final da Recopa (fez 2 gols), o Palmeiras, Brasileirão ( fez 3 gol em Marcos), Flamengo (antológico gol de bicicleta) e Argentina, Superclássico das Américas (deu aquela linda lambreta e na sequência quase marcou um golaço), Damião passou a ser visto como um grande craque, camisa nove titular da seleção brasileira, o tão esperado substituto de Ronaldo Fenômeno. Foi mesmo o seu grande momento.
Após esse "boom", veio uma lesão, a primeira de sua carreira, e Damião não voltou o mesmo. Demorou até que retomasse o ritmo e depois que entrou em forma, revelou o que todos nós suspeitávamos no início: Leandro Damião é um bom centroavante, mas é grosso. Ele é um jogador forte, que passa o trator nos zagueiros, quando a bola chega em condições dá uma bica e é bola na rede. Sabe fazer gol... Mas contudo, ele não me parece ter mais a qualidade do arranque que mostrou em seu primeiro gol pelo colorado, ou então o vigor físico que mostrava ao correr atrás de qualquer bola.
Hoje, na Seleção Olímpica, foi preterido por Alexandre Pato, antigo colorado. Na minha visão, Damião tem muitas qualidades, mas alguns defeitos. Entre eles: não é muito bom no apoio a marcação; não tem muita qualidade de passe; não tem um bom drible – ele está muito pesado – e não tem uma boa virada de jogo. Sempre foi assim. Em uma época, logo que retornou de lesão, ele até tentou se destacar com dribles e jogadas bonitas, entretanto todos sabem que essa não é a dele; A dele é fazer gol. Ser grosso e objetivo é o seu grande trunfo.
Se aprimorar alguns fundamentos e aceitar o que diz o trecho da música “Eu reconheço que sou um grosso” de Gildo Freitas, sem ficar inventando e evoluindo no que tem de melhor, Damião pode ser ótimo.
“Me chamam de grosso, eu não tiro a razão;
Eu reconheço a minha grossura.”
Por enquanto, é apenas um bom centroavante grosso.

2 comentários:

  1. Concordo. Aliás, o Inter perdeu de vender ele pro Tottenham quando estava naquela ótima fase, era visível que aquilo não iria durar. Contudo, sem dúvida é um excelente centro avante, um dos melhores em atividade no Brasil, mas com certeza não merece a 9 da seleção brasileiro.

    PS: sou um combatente efusivo do uso de ponto e vírgula, fica aqui minha crítica ao texto.

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  2. Fica sempre aquela dúvida, será que acontecerá com Damião a mesma coisa que com o Taison? O Inter ficou segurando a venda e depois teve que aceitar uma proposta bem menor do Metalist. Eu ainda acho que ele pode passar por outro bom momento e render bem, tanto em campo como em uma futura negociação. Ele é novo e ainda tem potencial a explorar.

    PS: estaremos atentos à tua reivindicação nas próximas postagens.

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