quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O indispensável é a versatilidade


Um assunto muito comentado pelos blogs que tratam sobre futebol é a importância do centroavante e as variações de esquemas táticos. Os dirigentes tem um tempo para planejar o elenco que o clube terá para disputar as principais competições do ano. O treinador tem um tempo para conhecer e organizar o elenco que possui de modo a obter o melhor aproveitamento. Nesse meio do caminho, sempre surgem reclamações entre as partes, somados a palpites da imprensa, por conta de falta de peças. Dentro desse contexto podemos citar vários exemplos.
O time do Corinthians do ano passado, contava com um ataque que tinha William, Jorge Henrique e Liédson. Mais para o final do ano, Tite ganhou o reforço de Émerson. Estas peças citadas proporcionaram ao longo do campeonato brasileiro uma variedade de jogadas ofensivas. Se o jogo estava mais fechado, havia velocidade pelas laterais. Os atacantes cortavam pro meio e chutavam. Se as laterais estivessem mais fechadas, atacava-se pelo meio e Liédson resolvia de cabeça ou em uma jogada dentro da área. Terminou o ano, Liédson se lesionou, Bill foi mandado embora, Élton não deu certo e o Corinthians ficou sem centroavante.
Na Libertadores, Tite tirou William e colocou Émerson, dando mais qualidade. No lugar do Liédson, reforçou o meio, fazendo com que Alex e Danilo jogassem juntos. Jogadores de qualidade + time com qualidade = sucesso. É claro que mesmo com essa nova formatação, o time sentiu a falta de um centroavante que poderia ter resolvido em algumas partidas, mas isso também não foi sinônimo de fracasso. No BR12, sem a reposição qualificada de Émerson (lesionado) e Alex (negociado), o Corinthians sentiu demais a falta de jogadas ofensivas sem um centroavante. É uma peça importante? Claro. Faltou reposição? Sim, mais tarde veio, mas vai demorar um pouco para Guerrero engrenar. Sem centroavante dá pra ganhar jogo e até título? Claro, Barcelona e a Seleção espanhola são atualmente o maior exemplo disso.
O importante é ter qualidade, fugir do previsível para ganhar do adversário, proporcionar variação e opções de jogadas para o time. Os jogadores têm que ter versatilidade, se não dá por um lado, joga pelo outro. A seleção espanhola jogou a última Eurocopa sem centroavante, mas se precisasse tinha peças no banco pra mudar o panorama da partida. Precisou? Fernando Torres estava sempre lá. Por isso o planejamento para ter peças importantes disponíveis é essencial.
Agora vamos analisar outra situação: utilizar dois centroavantes é recomendável? Há casos e casos. O Fluminense podia jogar com Fred e Rafael Moura, e tentou em algumas ocasiões. Agora o Internacional pode contar com Damião e Rafael Moura. Nesses dois casos, mesmo tratando-se de bons jogadores, eu utilizaria apenas um dos dois mais um segundo atacante. Seguindo a lógica da qualidade e da versatilidade, não daria certo. Essas duas duplas contam com jogadores de características muito parecidas, então o time não ganha muitas opções de jogadas, sem contar que esses jogadores têm algumas limitações. Já se observarmos o Manchester City usando Aguero e Tevez, mesclando com Balotelli e Dzeko, estaria liberado geral. São jogadores extraordinários que podem voltar e buscar o jogo, dribar, cabecear, protagonizar lances inesperados, fora a excelente capacidade de finalização. O Flamengo com Love e Adriano também já mostrou que pode dar certo. O indispensável para dar certo é a versatilidade.

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