Um assunto
muito comentado pelos blogs que tratam sobre futebol é a importância do
centroavante e as variações de esquemas táticos. Os dirigentes tem um tempo
para planejar o elenco que o clube terá para disputar as principais competições
do ano. O treinador tem um tempo para conhecer e organizar o elenco que possui
de modo a obter o melhor aproveitamento. Nesse meio do caminho, sempre surgem
reclamações entre as partes, somados a palpites da imprensa, por conta de falta
de peças. Dentro desse contexto podemos citar vários exemplos.
O time do
Corinthians do ano passado, contava com um ataque que tinha William, Jorge
Henrique e Liédson. Mais para o final do ano, Tite ganhou o reforço de Émerson.
Estas peças citadas proporcionaram ao longo do campeonato brasileiro uma
variedade de jogadas ofensivas. Se o jogo estava mais fechado, havia velocidade
pelas laterais. Os atacantes cortavam pro meio e chutavam. Se as laterais
estivessem mais fechadas, atacava-se pelo meio e Liédson resolvia de cabeça ou
em uma jogada dentro da área. Terminou o ano, Liédson se lesionou, Bill foi
mandado embora, Élton não deu certo e o Corinthians ficou sem centroavante.
Na Libertadores,
Tite tirou William e colocou Émerson, dando mais qualidade. No lugar do
Liédson, reforçou o meio, fazendo com que Alex e Danilo jogassem juntos.
Jogadores de qualidade + time com qualidade = sucesso. É claro que mesmo com
essa nova formatação, o time sentiu a falta de um centroavante que poderia ter
resolvido em algumas partidas, mas isso também não foi sinônimo de fracasso. No
BR12, sem a reposição qualificada de Émerson (lesionado) e Alex (negociado), o
Corinthians sentiu demais a falta de jogadas ofensivas sem um centroavante. É
uma peça importante? Claro. Faltou reposição? Sim, mais tarde veio, mas vai
demorar um pouco para Guerrero engrenar. Sem centroavante dá pra ganhar jogo e
até título? Claro, Barcelona e a Seleção espanhola são atualmente o maior
exemplo disso.
O importante é
ter qualidade, fugir do previsível para ganhar do adversário, proporcionar
variação e opções de jogadas para o time. Os jogadores têm que ter
versatilidade, se não dá por um lado, joga pelo outro. A seleção espanhola
jogou a última Eurocopa sem centroavante, mas se precisasse tinha peças no
banco pra mudar o panorama da partida. Precisou? Fernando Torres estava sempre
lá. Por isso o planejamento para ter peças importantes disponíveis é essencial.
Agora vamos
analisar outra situação: utilizar dois centroavantes é recomendável? Há casos e
casos. O Fluminense podia jogar com Fred e Rafael Moura, e tentou em algumas
ocasiões. Agora o Internacional pode contar com Damião e Rafael Moura. Nesses
dois casos, mesmo tratando-se de bons jogadores, eu utilizaria apenas um dos
dois mais um segundo atacante. Seguindo a lógica da qualidade e da
versatilidade, não daria certo. Essas duas duplas contam com jogadores de
características muito parecidas, então o time não ganha muitas opções de
jogadas, sem contar que esses jogadores têm algumas limitações. Já se
observarmos o Manchester City usando Aguero e Tevez, mesclando com Balotelli e
Dzeko, estaria liberado geral. São jogadores extraordinários que podem voltar e
buscar o jogo, dribar, cabecear, protagonizar lances inesperados, fora a
excelente capacidade de finalização. O Flamengo com Love e Adriano também já
mostrou que pode dar certo. O indispensável para dar certo é a versatilidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário